A Centúria Celeste

Por: Maurício Kehrwald


Após ir dormir com a cabeça inchada por mais uma aviltante goleada sofrida pelo seu time do coração no semi-clássico regional, Cesinha acordou possuindo a Verdade Absoluta.

Acordou num sobressalto, é bom que se diga. Consciente do impacto que tal revelação causaria ao mundo, ao sentimento de paixão incondicional de cada torcedor, de cada time do globo terrestre pelo futebol em si, Cesinha cogitou omitir.

Além do mais, a Verdade Absoluta era por demais grandiosa (afinal era a Verdade Absoluta) e, como toda a nova revelação revolucionária, haveria de ser desacreditada.

É. O melhor mesmo era calar-se para sempre. O mais ajuizado, o mais sensato, o mais inteligente.

E, por isso mesmo, Cesinha decidiu fazer a grande revelação. Para isso, chamou seus dois comparsas e futuros difusores da Verdade Absoluta: Alex e Alemão.



Sexta-feira, oito da noite, Mesa Magna da sala de reuniões (Snooker do Patinho, mesa de plástico da Polar)


Alemão: Ó, Cesinha, espero que desta vez valha a pena, hein...

Alex: É! Da última vez em que falamos, tu vieste com aquela história de complô da Federação Gaúcha de Futebol pra beneficiar você sabe quem, e, quando perderam, ficou aí inventando mil desculpas...

Cesinha: É que eu tinha um bom informante... conheço um cara que é filho de um conselheiro do clube, e...

Alemão: (levantando) Eu vou embora!

Cesinha: Tô pagando a cerveja

Alemão: (senta-se rapidamente) Vou ficar só pra não dizerem que sou mau amigo.

Alex: Qual é o caso desta vez? Quem está armando contra teu time desta feita? O Talibã, a máfia soviética? (risos)

Cesinha: Russa! É máfia russa. Mas não, não tem ninguém querendo prejudicar o meu time, a não ser, é claro, os de sempre. Hoje vim revelar-lhes A Verdade.

Alemão: A verdade?

Cesinha: Não. A Verdade. Com maiúscula. A Verdade Absoluta.

Alex: Bom, então neste caso, que venha a primeira rodada!

Alemão: É!

Cesinha: Certo, certo (esfregando as mãos) Patinhô, uma Polar grande e três copos. Limpos, desta vez.


Sexta-feita, oito horas da noite mais quatro minutos, mesmo lugar mas agora com cerveja


Cesinha: seguinte, eu fui dormir na noite passada um pouco chateado, devido aos acontecimentos...

Alemão (interrompendo) O sacolaço de 6x0 que vocês tomaram, de novo, do...

Cesinha: (cortando aos gritos) Cala a boca! Eu tô pagando a cerveja e vocês vão me ouvir!

Alex: Fala aí!

Cesinha: Hunpf...

Alemão: Deixa de frescura. Fala!

Cesinha: Todas as Copas do Mundo foram arranjadas!


É preciso dizer que Alex e Alemão levantaram ao mesmo tempo e foi preciso que o Cesinha, além de implorar para que ficassem, prometesse cerveja ilimitada para ambos, a noite toda, até às seis da madrugada.

Caso alguém estivesse consciente até lá, é claro.


Reinício da palestra, oito da noite mais treze minutos, o lugar não muda nem sequer mudará. Mais uma cerveja na mesa


Cesinha: Como eu ia dizendo, quando vocês de maneira muito desrespeitosa interromperam, todas as Copas do Mundo foram arranjadas.

Alex: Tá bom...

Alemão: Todas?

Cesinha: Todas menos uma! Que foi arranjada, mas uma das partes não colaborou. E por isso paga até hoje.

Alemão: Qual é...

Cesinha: Calma! Esta revelação se dará somente mais tarde.

Alex: Olha, Cesinha... que uma ou outra tenham sofrido influência até vá lá, mas... todas... ou todas menos uma...

Cesinha: Provarei através de evidências irrevogáveis, meu caro. Evidências irrevogáveis. Obviamente devo dizer que as regras do jogo do poder mudaram muito durante os anos. Que medidas preventivas foram tomadas em função de determinadas circunstâncias, mas, hoje, temos padrões muito bem definidos de conduta, possíveis campeões, leis de compensação histórica e, é claro, motivações políticas de toda a ordem.

Alemão: Nossa, isso vai longe... ô, Patinhô... mais uma.


Após alguns protestos, discussões de veto às influências políticas e três cervejas além, já passa das nove da noite e o álcool começa a trabalhar na mente dos convivas. Além do mais, ficou convencionado que, antes do arranca-rabo de 45, a coisa era por demais obscura à luz dos fatos e evidências. Cesinha sorriu com a simples menção de tal divisão. E assim ficou acordado entre os três.


Alex: Tá como tu nos explica a Itália ter ganhado a Copa da Alemanha, em 2006?

Cesinha: Europeísmo e compensação histórica. Fácil!

Alemão: como assim?

Cesinha: Os europeus, depois de 58 (e mais tarde darei uma explicação adicional que é a alma da teoria), tomaram uma medida de preservação – que eu chamo de europeísmo – para que jamais uma seleção não-européia ganhasse naquele continente.

Alemão: Tá, mas por que não a Alemanha?

Cesinha: Poderia até ser, em caso de acidente, mas foi a compensação histórica por a Alemanha ter conquistado a de 90, na Itália.


Considerando tal uma evidência ao menos considerável, Alex e Alemão começaram a se interessar mais pela teoria do amigo.


Alex: Tá. Resolvido 2006 e 90. Mas e 2002? O que tem a ver o Brasil com o Japão e a Coréia?

Cesinha: Lembra o que fizeram com a Espanha e a Itália nos jogos contra a Coréia? E o Brasil contra a Turquia! Os brasileiros – sobretudo o Zico – reinventaram o futebol no Japão e como a Copa era fora da Europa, a CBF já havia previamente aceitado perder a Copa de 98 para a França e reconquistar o título quatro anos depois, por predileção nipônica e sob o aval da FIFA.


Novamente Alemão e Alex se entreolham. As coisas começavam a tomar forma. De repente tudo parecia fazer sentido: uma incrível, milionária e mundial manipulação de resultados se mostrava palpável.

Alex queria mais evidências, porém:


Alex: 62?

Cesinha: América do Sul. O Brasil tinha o melhor time. Não tinha como não ganhar!

Alemão: 66?

Cesinha: Inglaterra. Os inventores do futebol nunca tinham conquistado o título-maior do futebol...

Alex: 70...

Cesinha: O time do Brasil era mágico. Talvez o maior de todos os tempos. O Negão tava no auge... mas só ganharam porque era no México. Fosse na europa, teria dado Itália.

Alemão: 54! Final européia! O que tu me diz disso? Hein, hein?

Cesinha: (sorrindo com ares de fidalgo) Bem... primeira Copa do Mundo na Europa pós-guerra... Alemanha em frangalhos... o povo alemão precisava de um alento... de uma nova razão para se orgulhar... de um milagre... um milagre de Berna!


Alemão já estava arrepiado – e bêbado, enquanto Alex não parava de se remexer na cadeira. Tudo fazia sentido. Tudo estava claro! Como haviam sido inocentes! Graças a Deus eram amigos do Cesinha, que tanto subestimavam e que agora mostrava-se, irretorquivelmente, o mais genial de todos deles.


Alemão: Quais Copas faltam... un...

Alex: 74?

Cesinha: Alemanha jogou em casa. Poderia ter dado Holanda. Prevaleceu o fator local...

Alemão: 1978...

Cesinha: A ditadura comprou esta Copa, meus caros. Era na Argentina, eles nunca haviam sido campeões.

Alex: ora, ditadura...

Cesinha: A Argentina ganhou de 6x0 do Peru no último jogo classificatório e foi pra final. O tal do Cruyff se negou a jogar esta copa pois sabia do que a ditatura era capaz.

Alemão: Meu Deus, tudo faz sentido... ô, Patinhôôô, mais uma aqui pra nós!

Alex: 82?

Cesinha: Na Europa. Final entre Itália e Alemanha. Vocês acham que foi por acaso? Com o timaço do Brasil? Precisa ser muito inocente...

Alex: 86?

Cesinha: Copa fora da Europa. Gol de mão. Maradona no auge...

Alemão: 90?

Cesinha: Já falamos de 90, que, além do já dito... bem... foi a revanche de 86, na Europa. Era claro que a Alemanha seria a campeã... ou vocês acreditam que um time que tinha Maradona poderia perder uma partida daquelas e com gol de pênalti ainda por cima...


Houve um longo tempo de silêncio. Todos davam generosos goles em seus copos. Pareciam meditar.

Cesinha estava em transe.

Alex estava perplexo.

Alemão pedia mais uma cerveja.


Alex consultou o velho cebola: nove e trinta e três. Respirou fundo e veio-lhe à mente uma idéia que poderia colocar tão maravilhosa trama abaixo. Não teve escolha:


Alex: Mas... Cesinha...

Cesinha: Sim?

Alex: E 50? O mais óbvio era que o Brasil ganhasse, afinal a copa era aqui, o Maracanã estava estourando gente, o Uruguai já havia sido campeão em sua própria casa...

Alemão: Pois é (gole) em 50 (gole duplo) o Brasil (gole longo) deveria ter sido o campeão!


Cesinha atirou os braços para os lados. Sorriso de Mona Lisa no rosto.

Os amigos perceberam, aliviados, que ele deveria ter uma justificativa para aquilo.

E tinha.


Cesinha: De fato, 1950 foi arranjada para o Brasil ser campeão.

Alemão: Mas como?! E por que o Uruguai ganhou?

Alex: É, pelo visto a sua tese caiu por terra...


Cesinha serviu-se com mais cerveja. Entornou o copo inteiro e produziu um “Ahhh” de satisfação. Prosseguiu.


Cesinha: O Uruguai sabia que deveria perder. Em troca de compensações futuras, como todas as seleções de qualidade e/ou força política. No entanto, alguns homens de muito valor como Schiaffino e Ghiggia simplesmente se negaram a entregar o jogo para o vizinho e rival histórico. Eles sabiam que se perdessem a partida em tais circunstâncias, não perderiam somente um campeonato. Perderiam suas almas.


Houve um silêncio de alguns segundos. Nem o Alemão se atreveu a dar um gole neste lapso de tempo. Cesinha não deixou a bola cair.


Cesinha: Tanto é, que quando o jogo acabou, os jogadores do Uruguai não foram comemorar direto. O juíz apita e alguns deles se olham, como que dizendo: “O que foi que nós fizemos?” Os brasileiros não acreditam no que está acontecendo... e, por fim, 58 foi a compensação histórica por 50. E todos os títulos europeus na Europa foram a compensação desta compensação. Hoje, enfim, temos um padrão bem definido de como a coisa toda funciona.

Alemão: (já completamente alcoolizado, mas juntando forças para formar uma frase completa) Mas Cesinha... o Uruguai não deveria ser punido?

Alex: (com olhos arregalados) Meu Deus... o Uruguai... nunca mais ganhou nada... ficou fora de muitas e muitas Copas do Mundo... é eliminado em repescagens contra times de Rugby... Cesinha, meu querido: eis a Verdade Absoluta.

Cesinha: Sim, mas tal punição tem prazo, meus queridos...

Alemão e Alex: Tem?!

Cesinha: Sim, 100 anos.

Alex: 100 anos?! Mas...

Cesinha: Sim, a punição tem um nome: Centúria Celeste.

Alemão: Centúria Celestre...

Alex: Centúria Celeste...

Cesinha: É. Centúria Celeste. Até 2050, pelo menos, o Uruguai não ganhará uma Copa do Mundo sequer. Este é o preço que pagam por não terem vendido suas almas.


Alemão, mais por bebedeira que por amor à República Oriental, tinha lágrima nos olhos. Alex estava em êxtase. Cesinha sorria, superior.


Cesinha: E saibam que esta é somente a ponta do iceberg. Citei as Copas do Mundo pois trata-se da vitrine do futebol. Até aqui, no nosso certamente gaúcho há manipulações de toda a ordem e que vocês não enxergam porque não o querem...


Obviamente a esta altura do campeonato qualquer coisa que o Cesinha dissesse seria lei. O brasileiro (gaúcho ou não) tem verdadeira tara por uma teoria conspiratória. E quanto mais conspiratória e mais inverossímel, mais digna de crédito!


Alemão: (recuperando por alguns segundos a sanidade e a sobriedade) Patinho, vê mais uma... ô, Cesinha, perdão por ter duvidado de ti... mas agora conta, sério, o que o campeonato gaúcho nos reserva? Quem será o campeão?

Cesinha: pois bem, estas derrotas que meu time vem sofrendo são embustes, disfarces para despistar o grande público. O campeonato já está comprado para nós por nosso futuro novo patrocinador. Já tá tudo certo!

Alex: Como é que é?!

Cesinha: Exato. Já tá tudo certo! Uma grande empresa multinacional patrocinará o glorioso. Compraram este campeonato junto à federação e aos times de capital por uma fortuna e alguns favores futuros que, agora, não posso revelar, por favor não insistam (ninguém haviam feito sequer menção de insistir). Ano que vem o patrocinador entra oficialmente no time que é campeão gaúcho e – por favor, é segredo, viu – campeão da Copa do Brasil deste ano também e ganhará muita mídia... como eu disse, já tá tudo certo!


Alex e Alemão estavam perplexos. Beberam muito até o amanhecer. Cesinha sentia-se um deus.


Nas semanas que passaram, nosso profeta-futebolístico teve tratamento de Rei pelos dois amigos (e pelos amigos dos amigos que ficaram sabendo dos fatos). Cesinha não pagava mais cerveja nem entrada em lugar que fosse. Celebridade: era isso o que Cesinha se tornara entre os fanáticos da bola naquela cidade e assim era tratado por todos.


O clube do coração de nosso filósofo do esporte bretão chegou – como não poderia deixar de ser – à final do Campeonato Gaúcho. Todos em polvorosa. Primeiro jogo da final na casa do glorioso (no interior do estado), segundo jogo na capital.

A primeira partida acabou em 1x1. Após o término, numerosa audiência no Snooker do Patinho. Cesinha chegou – com a camisa do clube – e, após ser rapidamente cobrado, respondeu com ares de despreocupado:


- Já tá tudo certo! Querem exposição maior na mídia do que uma vitória épica fora de casa?


Todos se calaram, envergonhados. De fato, Cesinha estava num patamar acima dos demais. Eram todos medíocres nos conhecimentos do futebol. Menos ele, o Escolhido.


Todos beberam à saúde do amigo.

Cesinha, a essas alturas, tinha copa livre na casa.


Domingo, cinco horas da tarde mais três quartos, finalíssima do Gauchão, Snooker do Patinho, todos os amigos, conhecidos e admiradores do Cesinha presentes. Cesinha estava na capital, vendo o jogo no estádio.


O juíz apita o final do jogo. Time da capital 4, time do Cesinha 0.

Apesar de seu time ser o campeão, Alex está revoltado. Quer tirar satisfações.

O celular de Cesinha está desligado, mas pouca diferença faz. Ele nunca mais irá ligá-lo. Cesinha sequer voltou para sua cidade. Está morando com uns primos e – dizem – até já arrumou emprego.


Patinho está revoltado: quer cobrar todas as cervejas que Cesinha tomou quando ainda era ídolo.


Alemão e Alex não vêem a hora de encontrar o Cesinha: querem surrá-lo até a exaustão. Todos os seus amigos lhes viraram as costas, por professarem tamanho despautério, esquecendo, é claro, o fato de também terem dado crédito e divulgado tal tese.


É, pode ser que o castigo para o Uruguai não dure tanto, mas o Cesinha, ah, o Cesinha sim, vai curtir um longo exílio.

E pensará 2 vezes antes de falar qualquer coisa que seja, principalmente sobre futebol.


Cesinha, já tá tudo certo: sua carreira acabou, garoto!

Que paliza que te deram

Aqui no blog, há algum bom tempo, abandonamos os comentários diários ou sobre fatos pontuais do futebol atual. Escrevemos (?) sobre o futebol genericamente, ou sobre "periféricos" futebolísticos, como apropriadamente denominou o Maurício.

Mas hoje quero fazer um breve comentário sobre o jogo Flamengo x América, pelas oitavas-de-final da Libertadores da América 2008. Aliás, após o resultado, pode-se chamar o fato Flamengo x América. Poderia estar escrevendo sobre o 8 x 1 fora-de-série da final do Gauchão, mas isto todos já sabem, é exceção no futebol. Goleadas já são difíceis de serem aplicadas, e muito mais quando extrapolam o sexto gol (não me perguntem o motivo de respeitarem a marca de 6, que o Inter acaba de ultrapassar também). Então esta final de Gauchão é um fato diferente. A derrota do Flamengo de ontem, não. Se não é vulgar, ao menos não é rara. Todo os ano, em algum campeonato pelo mundo acontece algo parecido. E mesmo assim, sucedem-se os ingênuos e invariavelmente perdem.

Eu, sinceramente, não tenho a menor idéia de quando os gestores e jogadores do futebol irão respeitar - não o adversário - mas o futebol. Não é ser pessimista ante a um confronto (o Flamengo havia aplicado um humilhante 4 x 2 no jogo de ida, no México), mas basta olhar alguns confrontos do ano passado, quem sabe até no mês passado, para observar que o imponderável pode acontecer dentro do próprio campo.

Mas o Flamengo, de alguma maneira, mais uma vez cometeu este erro, o que reforçará a estatística, mas tenho certeza, não reforçará os devidos cuidados em situações similares. Ano que vem teremos outra situação assim, quem sabe mês que vem. Porque vislumbram camisas, e não o futebol. Não será o primeiro, nem o último, e possivelmente o próprio Flamengo recorra no erro.

Na entrevista de despedida, um ponderado Joel Santana falava sobre as lições que a Libertadores apresenta. Mas talvez tenham esquecido, que não é apenas na Libertadores, mas no futebol é assim. A palavra mais recorrente que encontramos para descrever isto, talvez por falta de outra mais apropriada é soberba, ou na gíria futebolera, salto-alto. Não acho tão simples assim, apesar disto contribuir bastante. Olhando os lances da partida, os gols do América, quase chega-se a perceber alguma presença mística, mal-humorada e sarcástica. Se um dia me disserem que estes fatos são comandados por um ente futebolero, terei dificuldades em duvidar.

Mas assim é e sempre ocorre e continuará ocorrendo. A tal caixinha de surpresas é impiedosa e gosta de tragédias contra os que esquecem da essência. Certo, esta estava de alguma forma anunciada (pelas festas anteriores), mas 0 x 3 ? A medida exata.

No México estão chamando de "
Novo Maracanazo". Eu chamo de futebol, e que bom que seja assim. Se duvidarem de mim, conversem com o Leprechaun. O Flamengo o perdeu de vista por alguns segundos, como muitos já fizeram, e bastou. Afinal, é futebol.


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