A história de Álvaro


O zagueiro Álvaro saiu do Internacional e ontem se apresentou ao Flamengo.
Como a estupidez humana, o futebol raça do Bagé, e as declarações imbecis de boleiros não têm fim, Álvaro também tem o direito de dar seu pitaco:

- É um desafio para mim e isso cria motivação por tudo o que o clube representa. É quase uma religião. A história do Flamengo é muito maior do que a do Inter. Não só no Rio de Janeiro, mas em todos os estados do Brasil. Pressão é só um braço de tudo o que representa o clube. Para jogar aqui tem que ser grande e pensar como grande.

Para que todos fiquem a par do "diz-que-disse", dia 10 de agosto, o jornalista Wianey Carlet escreveu a versão dele sobre a saída de Álvaro.

Álvaro pode ter alguns defeitos, além da lentidão, mas extra-campo revelou-se como um profundo desconhecedor do futebol gaúcho, mesmo que possamos compreender a tentativa de fazer média com a torcida do Flamengo.

Sobre a declaração do supra-citado boleiro, além de eu desconhecer os parâmetros dele para mensurar a história de um clube, urge um esclarecimento, para os milhões de cariocas e fluminenses que sempre visitam este blog.

Álvaro cometeu o pecado de ser superficial. Tanto na frase, como na falta de conhecimento que mostrou na parte que declara: "A história do Flamengo é muito maior do que a do Inter. Não só no Rio de Janeiro, mas em todos os estados do Brasil."

Na tocante à história, cai muito no subjetivo, mas no trecho em que ele fala "em todos Estados do Brasil", Álvaro entra no campo do clichê, como bom boleiro que é, frequentador nato do Globo Esporte.

Lá pelos anos 90, a revista Placar fez uma pesquisa sobre as torcidas brasileiras (infelizmente não existe link). Elencou um título para cada resultado (Estado). O título do trecho sul-riograndense da matéria era: "Gaúcho torce pra Gaúcho", apontando Grêmio em primeiro lugar, Inter em segundo e nas colocações abaixo, times do interior gáúcho, para depois aparecerem os times de outros Estados, com menos de 1% da preferência.

O título da reportagem era porque, o RS, tornou-se o Estado com menor número de torcedores de clubes de outros estados. Algo beirando ao insignificante, que poderia ser facilmente imputado a moradores oriundos de outros estados residentes aqui.

Temos vários defeitos, inclusive citadinos abandonarem os clubes locais em prol da dupla Gre-Nal. Mas entre estes defeitos, não se inclui o de torcer para times de fora do Rio Grande do Sul.

O evangélico e boleiro Álvaro não sabe disso. Morou por aqui por vários meses e não aprendeu.
Claro, ele pode estar querendo fazer média, guardar mágoa do Inter, ou qualquer coisa do tipo. Mas de toda maneira, Álvaro não aprendeu que gaúcho pode até torcer por time de fora de sua cidade, mas jamais por um time "estrangeiro".
A história do Flamengo é respeitável, e José Roberto Wright corrobora. Mas no Rio Grande do Sul o Flamengo é isto: um brioso adversário. E convenhamos, não é pouco.

Álvaro, conheça o Rio Grande do Sul.

Havemos Papa na Segundona


Pelotas e Porto Alegre estão na Primeira divisão. O PF saúda as enormes torcidas dos dois clubes.
Mas sempre direi: a Segundona é o melhor do futebol gaúcho.
A primeira divisão é desejada, óbvio, mas é um dos piores campeonatos do país. Não vale nada para o interior, a não ser o orgulho de ver o rival na segundona. Mas quem vence a Segundona, merece os parabéns.
No final de semana, Pelotas e Porto Alegre decidirão o campeão (estão empatados em pontos). Mas os dois já estão na Primeira. Parabéns e sorte.
Como curiosidade, em Pelotas aconteceu duas vezes, recentemente: o Pelotas subiu exatamente no ano em que o Brasil caiu, assim como no ano em que o Pelotas caiu...o Pelotas sobe e o Brasil enfrenta a Segundona.





Imagens do vídeo retiradas destes sites:
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blog do Flamengo de Alegrete
http://futebesteirol.blogspot.com/ (o melhor blog de imagens e textos sobre a segundona Gaúcha, lejos)
http://imagensnarrativas.wordpress.com/
http://www.novohamburgo.org/
http://blogdorui.wordpress.com/
http://gafarroupilha.blogspot.com/
http://esportche.com.br/
http://www.esporteaqui.com.br/
http://w3.ufsm.br/
http://impedimento.wordpress.com/
http://www.sportclubriogrande.com.br/
http://www.diariopopular.com.br/
http://radiogaucha.clicrbs.com.br/
http://www.finalsports.com.br/
http://imagensfatos.blogspot.com/
http://www.gebage.blogspot.com/

Música: Miguel Figueroa - Abrazando mi pais (puro chamamé)

Não foi este ano, Brasil

Se o Brasil subisse para a Série B, não faria uma postagem "normal". Tinha pensado em apenas colocar uma foto do jogo de hoje e, obviamente, um título.
Como perdeu, resolvi escrever. Também esta não é uma daquelas postagens do tipo "força, Xavante!".
Mas resolvi postar na noite de domingo por alguns fatores.
O principal deles é que nestas derrotas doloridas é que se forjam torcedores verdadeiros. Obviamente, é muito melhor vencer. O futebol é também, e muitas vezes, principalmente isto: vencer.
O segundo motivo, é que para futebol do interior gaúcho, seria muito bom que Caxias e Brasil conquistassem a vaga na "B" nacional, ou ao menos um deles. Além do galardão da vitória, mostraria que é possível, no interior do RS, fazer futebol o ano inteiro, com torcida fidelizada, sem depender do Gauchão, e com ótimas receitas.

Não deu para nenhum dos dois.

Estava em Pelotas neste final de semana, e no
Laranjal vi uma galera com camisas do Brasil e bandeiras do Brasil de Pelotas, preparada para escutar o jogo. Algumas camisas do Pelotas (que vive ótima fase na Segundona Gaúcha), mas muitas (a maioria, em empate técnico com as do Brasil) camisas de Grêmio e Inter (adultos, adolescentes e crianças). Não eram estudantes de fora da cidade. São resultantes do "massacre" midiático. Há que se reconhecer a doença, para tratá-la.

Na volta para a "cidade", passei por um posto de gasolina e vi dezenas de xavantes sofrendo, juntos, e já ia 2 x 1 para o América. Ainda há futebol no interior gaúcho e não só em Pelotas, mas Pelotas é emblemática.

Escrevo para pouca gente, mas entre os leitores do blog, tem dois xavantes. Um eu conheço pessoalmente, outro é um que conheço pela internet. O segundo deles, está viajando de volta para Pelotas, viagem longa, e com essa derrota dolorida (eu já viajei assim, em outras circunstâncias, mas sei como demora esta viagem).

Obviamente, a parte áureo-cerúlea da cidade ficou contente, e com razão, pois rivalidade é isto. Jorginho e Alex, dois apaixonados áureo-cerúleos e meus grandes amigos também, devem estar contentes. Futebol é assim, e isso nos mantém....Bra-Pel, Ba-Gua, Rio-Rita, Ca-Ju.... Mas estão de olho na "A" do Gauchão, os lobos.

Mas que a subida do Brasil pra "B" do Brasileirão, justamente no ano em que caiu pra "B" do Gauchão, iria corroborar ''minha tese''...isto é fato.

Faltou o gol no Bento Freitas. Mas também faltou segurar o empate em Minas. Coisas do futebol.
E no futebol, sempre tem o ano que vem.

Não me iludo. Quarta-feira tem Brasil x Bagé pela Copa FGF. Provavelmente o Brasil entre com reservas, a torcida estará fazendo pouco ou nenhum caso, mas seguirá a história. Ao primeiro pontapé ou cotovelaço, estarão xingando o Bagé de "varzeano" e de "bagequino", assim como são nossos jogos contra o Pelotas.
Mas tenho certeza que hoje, através de Brasil e Caxias, o futebol do interior gaúcho perdeu junto.
Aos do Brasil que viajaram até Minas Gerais, meu respeito.
Aos que continuerem apoiando e peleando nesta luta desigual (grenás e rubro-negros), minha admiração.
2010 é logo ali,
diria Vanucci

Força, interior!

Receita simples para a Sulamericana

Sempre gostei da Copa Sul-americana e já escrevi isto aqui no blog, lá em 2006 e 07 (bem antes da discussão Gre-Nal sobre ela, na época em que todos gostavam da competição, ao menos aqui no RS). É uma Copa que nos possibilita ver times que não frequentam tanto as transmissões de TV (na primeira fase), sem abrir mão de vários grandes da América do Sul. Também há todo o clima de “Copa”, que só os ‘’mata-mata’’ proporcionam.

Mas a Conmebol insiste em colocar em prática algumas medidas que só fazem colaborar para o não “desarrollo” da competição.

Então, faço abaixo uma pequena e simples lista de sugestões para a Conmebol, e como acredito que Nicolás Leóz seja um leitor assíduo do PF, talvez sejam colocadas em prática já em 2010.

1) Critérios técnicos: Só garantem vaga para a Sul-americana os clubes que ficarem logo abaixo da última posição que dá vaga para a Libertadores, em cada país. Sem convites ou outros tipos de critérios políticos.

2) Número de vagas: O número de vagas para cada país até pode ser variável, mas não este absurdo que há hoje em dia no Brasil, por exemplo, onde um time tanto luta para não cair, como para pegar a última vaga da Sul-americana. A vaga deve ser privilégio e não prêmio de consolação. Para o Brasil, 3 ou 4 vagas estaria ótimo (do 5º ao 8º colocado do Campeonato Brasileiro, por exemplo).

3) 1ª fase por grupos: uma primeira fase em grupos de 4 times, por sorteio, e já internacional, acabando com estes jogos eliminatórios entre times do mesmo país.

4) Nomenclatura: a partir de agora, jamais mudar o nome da competição, e após escolhido o melhor semestre a ser disputada, manter a decisão.

5) Jogo pós-título: o campeão da Sul-americana disputaria um jogo contra o campeão da Copa da UEFA (competição disputada pelo mesmo critério e moldes).

6) Torcida: proibir a entrada na cancha de torcedores portando facas.

Uma Sul-americana nestes moldes teria a seguinte configuração em 2009:

Flamengo
Internacional
Botafogo
Goiás
Newells Old Boys
Gymnasia La Plata
Estudiantes
Arsenal
Defensor
Racing
Liverpool
Peñarol
Universidad Católica
O’Higgens
Everton
Colo-Colo
Nacional (Par)
Cerro Portenho
Guarani (Par)
Boyacá Chico
Santa Fé
Independiente de Medellín

E seguiria por aí...faltam ainda os times de Bolívia, Equador e Venezuela. E não esquecendo que os clubes, já na primeira fase, seriam sorteados por grupos, 4 equipes em cada grupo.

Quem quiser ler um texto que trata de como iniciou a competição este ano e seus defeitos, tem
um texto de Ubiratan Leal no Trivela. E quem quiser ler um almanaque atualizado de todas as edições, tem um muito bom no Bola na área, inclusive com o ranking histórico da competição.
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Foto: de Daniel Cassol, em
uma excelente postagem no Impedimento.

Fim do primeiro turno


E chegamos ao final do primeiro turno do quadrangular final da Segundona 2009. Ontem à tarde, no estádio dos Eucaliptos, o Riograndense sofreu uma goleada para o time do Porto Alegre: 1 x 4. Na terça-feira, o Pelotas, que jogou de tarde na Boca do Lobo, havia feito 3 x 0 no Cerâmica.

Com os resultados, o primeiro turno termina nestas condições:

1º - Pelotas : 6 pontos
2º - Porto Alegre : 4 pontos (saldo +2)
3º - Cerâmica : 4 pontos (saldo +1)
4º - Riograndense : 3 pontos

O Porto Alegre tem o melhor ataque (8 gols marcados), o Pelotas a melhor defesa (2 gols sofridos). Pior ataque e pior defesa pertencem ao Riograndense (3 gols marcados e 7 sofridos. Neste quesito empata com o Cerâmica, que também sofreu 7 gols).

Restam agora 9 pontos a serem disputados. Vamos ver como será a disposição de jogos:
Pelotas: dois jogos fora e um em casa.
Porto Alegre: dois jogos em casa e um fora.
Cerâmica: dois jogos em casa e um fora.
Riograndense: dois fora e um em casa.

Nesta relação, teoricamente, Cerâmica e Porto Alegre podem ter maior vantagem, e ambos jogam contra o líder Pelotas em casa. Mas a Segundona tem mostrado resultados surpreendentes, até no que diz respeito a placares elásticos. Ontem, por exemplo, o Riograndense, de boa campanha, sofreu a segunda (nas fases final e semifinal) goleada em seus domínios por 1 x 4. Na fase anterior, outro exemplo: numa rodada o Pelotas perdeu em casa para o Riograndense por 1 x 2, para na rodada seguinte fazer um 1 x 4 em Santa Maria. Bebeto Rosa tem a fama de também ser um motivador, resta saber se será suficiente para reverter a situação contra o mesmo Porto Alegre só que agora fora de casa. Já o Cerâmica pega o Pelotas, em Gravataí, e também precisará quase que obrigatoriamente da vitória. Lembrando que, se pegarmos como exemplo a fase anterior, que foi disputada neste sistema, nem os 9 pontos conquistados pelo Panambi , foram suficientes para obter a classificação. Mas por enquanto, por óbvias razões, o Pelotas é quem está mais perto de uma das vagas. Restam 3 partidas apenas e tudo recomeça neste final de semana.


O público que está acompanhando a fase final da Segundona nos estádios tem sido muito bom, principalmente nos casos de Pelotas e Riograndense. E isto já ocorria com outros times, nas outras fases, provando que a Segundona é o campeonato com mais apelo (comparado ao insosso e mais curto que estribo de petiço, Gauchão). Além disso, o nível técnico desta fase final tem sido bom, com a TV Com transmitindo bons jogos de futebol, sem prejuízo da tradicional pegada e de alguns lances mais pitorescos (para não deixar acabar a mística). Mas já passou da hora de olharmos a Segundona como um bom campeonato de futebol (seguramente o melhor do RS, no mínimo), não só pelo que há de curioso, mas também pelas paixões, que apesar de tudo, ainda mobilizam o futebol do interior do Estado.

Fotos:
Riograndense x Porto Alegre, nos Eucaliptos. Retirada do site oficial do Riograndense.
Pelotas x Cerâmica, foto de Gabriel Ribeiro, retirada do site oficial do Pelotas.
De acordo com a extensa bibliografia que a humanidade vem acumulando ao longo dos séculos, Deus já teve todas as cores, formas e facetas (além de todos os desvios de personalidade).
Já foi citado como tirano e benevolente, vingativo e apaziguador. Deus já foi considerado tudo isso. E o oposto.
Deus já fez gol de mão e, 18 anos mais tarde, cruzou a fronteira e vestiu a 9 com direito a testaço platinado e estampa neandertalesca para mostrar que a divindade não encontra limite nem está de molecagem.

Eu quero é falar do Diabo.

Certa feita, tive a oportunidade de adormecer em um recinto fechado, sem perceber que uma lata de Cascola estava aberta no ambiente.
Tive diversos sonhos bizarros, mas o que interessa aqui é meu encontro com o Diabo.

- Ué, porque a praça tá tão diferente?
- Por que isso é um sonho e a sua mente não funciona com toda a capacidade em estados de inconsciência.
- Sério?
- Sim, é tipo ligar o Windows no modo de segurança.
- Capaz! É sério mesmo isso?
- Não. Mas era o que você responderia pra alguém.
- Ah...
- Você sabe quem eu sou?
- Pela cor pode ser um alemão na praia, ou o diabo. Pelo cavanhaque pode ser o Froner, ou o diabo. Pelos chifres e rabo pode ser uma vaca, ou o diabo. É, vou pelo denominador comum...
- Parabéns! Normalmente as pessoas não percebem de cara com quem estão falando. Somente os melhores.
- Sério?
- Não. Qualquer idiota percebe que está falando com o diabo e nem precisa pensar tanto.
- Ah...
- Pois então, como está a vida?
- Não vou reclamar de nada, pois tudo sempre pode piorar e eu não quero que piore. E lá na tua terra, como anda a coisa?
- Quente, mas já tem tanto ar-condicionado que isto pouca diferença faz...
- Até aí pode ser o Rio de Janeiro...
- Sabe que eu não tenho nada a ver com os problemas do Rio, né?
- Não tenho dúvidas. Inclusive acho que o 80% do que sai sobre o Rio na imprensa é invenção da mídia.
- Enfim, não é mais minha jurisdição aquilo lá.
- Então...
- Não, nem Dele. O Rio de Janeiro está sub-judice, assim como São Paulo estava até semana passada.
- E agora...
- Agora temos de nos reunir novamente para decidir quem ficará responsável por São Paulo.
- Entre tu e Deus?
- Não, não, tá pensando que a gente é otário?
- Então, quem...
- A gente tá na dúvida entre Capão Redondo ou virar Terra de Ninguém mesmo...
- Ah... bom, lá no Rio Grande não temos esse tipo de problema...
- (gargalhadas)
- Não entendi...
- Amigo, o seu estado é o pior caso do Brasil.
- Como assim?
- O Rio Grande do Sul pode ser encarado por dois ângulos: você escolhe.
- Quais sejam?
- O Brasil que se leva a sério ou a Europa do baixo-orçamento.
- Não entendo essa visão que vocês têm do Rio Grande ser europeísta. A história do Rio Grande do Sul é calcada na variedade étnica e de povos...
- Baixo-orçamento!
- Ah...
- É.
- E o Rio Grande é jurisdição de quem?
- Você nem desconfia?
- Meu Deus! Brizola?
- Ahahahaha, não. O Brizola cuida do Uruguai, que é de propriedade dele.
- Nossa! Eu sempre digo isso pros guris de São Paulo e eles demoram pra acreditar.
- Pois é!
- Tchê, mas de quem será a juridição riograndense?
- Vou dar uma pista: está vivo!
- Un... NÃO!!!!!!!
- Não, não, calma, não é o Tony da Gatorra. Brincadeira tem limite.
- Ufa... espera, como é que tu...
- Eu sou parte do seu subconsciente, sei o que vocë pensa, fica tranqüilo...
- Un...
- Temos tempo, quero que você mesmo pense...
- Será que... NÃO, NÃO PODE SER!
- (sorriso diabólico)
- Não... é sacanagem, né?
- (gargalhadas diabólicas)
- Não acredito nisso! Quem permitiu...
- É, amigo, cada um tem o que merece, não é o que você mesmo diz?
- Tá, beleza, mas logo o Celso Roth??!!!!
- Veja bem. Tem um lado bom e um ruim...
- Porra, e qual é o BOM?
- O bom é que ele assumiu não faz nem uma semana...
- Tá! E o ruim?
- O ruim é que nos próximos 100 anos todos os homem nascerão volantes de contenção e com extrema dificuldade no passe...
- Bem, eu sou um entusiasta dos volantes de contenção...
- Os modelos serão o Leandro Guerreiro e o Eduardo Costa...
- NÃÃÃÃÃÃÃÃO

Acordei suado e em pânico.

Prefiro pensar que este encontro foi tão somente o efeito da maldita cola a evaporar pelo ambiente confinado.
Mas, por via das dúvidas, estou avisando vocês...

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* Texto de Maurício Kehrwald, que além de escrever no PF
também escreve no seu blog pessoal.

Uniformes dos times gaúchos

Uma postagem do blog argentino La Redó, intitulada Colores del mundo, uníos (?), gerou a curiosidade de fazer o mesmo levantamento por aqui. A postagem citada trata sobre as cores dos uniformes dos clubes das principais ligas do mundo, quais as cores e disposições que mais se repetem em cada um desses campeonatos. Com isto, fiz o levantamento dos uniformes dos times gaúchos, da 1ª e 2ª divisão de 2009 no Estado.
Começando pela 1ª divisão:


Da esquerda para a direita:
- Avenida
- Brasil-Pel
- Caxias
- Esportivo
- Grêmio
- Inter-SM
- Internacional
- Juventude
- Novo Hamburgo
- Santa Cruz
- São Jose - PoA
- São Luiz
- Sapucaiense
- Ulbra
- Veranópolis
- Ypiranga

Como (acho que) podem ver na imagem acima (editado: clicando na imagem dá para visualisar em tamanho maior), as cores mais presentes nos uniformes do Gauchão são o vermelho e o azul, com quatro clubes que as têm como cor predominante para cada lado. Como cor coadjuvante preto ou branco aparecem quatro vezes. No quesito listras, que estão em sete uniformes, a predominância são das verticais, tendo um único uniforme listras horizontais (e assim mesmo só na altura do peito), o do Veranópolis, que também se destaca por ser “pentacolor”.

Segundona Gaúcha:

Da esquerda para direita:
- 14 de Julho
- Atlético de Carazinho
- Aimoré
- Bagé
- Brasil-FA
- Cerâmica
- Cruzeiro-PA
- Farroupilha
- Flamengo de Alegrete
- Glória
- Guarany
- Lajeadense
- Milan
- Porto Alegre
- Pananbi
- Pelotas
- Rio Grande
- Riograndense-SM
- Rio Pardo
- Santo Ângelo
- São Gabriel
- São Paulo
- Três Passos

O verde é a cor predominante em 6 uniformes (aqui considera-se como predominante mesmo quando divide as listras com outra cor), junto com o vermelho (também em 6 camisas), e entre as combinações a mais comum é o rubro-verde, junto com os rubro-negros, 4 para cada lado. O amarelo predomina em outras três camisetas e o azul em quatro. Nas listras, goleada para as verticais, que aparecem 11 vezes, mas diferentemente da Primeira Divisão, aqui as horizontais têm vez e estão nas camisas de 4 clubes.

Resumindo, ao final desse pequeno levantamento, não se chega a quase nenhuma conclusão interessante, a não ser que quando fui fazer a imagem com os times da Segundona, a primeira e mais importante dúvida que apareceu foi: já não estaria na hora de voltar a Série C?

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Para confirmar a distribuição das cores nos uniformes utilizei a Wikipédia, mas em alguns casos a descrição do primeiro uniforme não batia com os que vemos nos campos usualmente. Um dos exemplos é o São José de Porto Alegre, que na maioria das vezes vejo de azul escuro, mas na Wikipédia constra como primeiro uniforme o todo branco, nestes casos fui confirmar a informação com imagens do Google. Mesmo caso do São Luiz, que tem como primeiro uniforme a camisa branca, e eu achava que era a vermelha. Neste eu utilizei a informação da "enciclopédia" por não ter chegado a uma conclusão através das imagens.
Os contornos dos uniformes retirei de uma imagem do blog
Café Fútbol.

Mudança de visual

Hoje coloquei um novo "template" no blog, então algumas coisas ainda estão sendo arrumadas e com o tempo vamos ver se ficará tudo certo.
Este é o terceiro modelo de blog que uso, e só troquei o primeiro porque foi desformatado quando o blogger.com foi reformulado. Depois nunca estive satisfeito com o outro modelo, mas por comodismo foi ficando. Agora espero que este não tenha erros e que não precise alterar tão cedo.
Na mudança de visual posso ter perdido algum link que havia no outro modelo, se alguém que tenha o PF "lincado" e não estiver por ali, é só avisar que adiciono.

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Na postagem anterior um grande amigo meu, o Ary Nelson Júnior, deixou um recado bastante elogioso, que só a amizade justifica.
Conheci o Juninho quando ele era bem guri, é o irmão mais novo de outro grande amigo meu de infância, o Igor.
Quando frequentava a casa deles, sempre encontrava o Juninho fazendo jogos imaginários de futebol, com bonecos, soldadinhos, botões...jogadores bastante heterogêneos. E tinha o cuidado, inclusive, de recriar todo o ambiente, com arquibancadas, reservados, placas publicitárias e narração, além das tabelas de campeonato cuidadosamente elaboradas.
Então sempre que nos encontrávamos, desde essa época o assunto era futebol. Com o passar dos anos o Juninho virou um aficionado por futebol, muito atento, e desde, sei lá, seus 10 anos, já corrigia erros que os jornais publicavam, em escalações, numeração, etc.

O tempo passou e eu e o irmão dele, hoje já temos filhos, somos re-compadres (eu sou padrinho do filho dele e ele do meu) e o Júnior é acadêmico de Jornalismo. Tenho certeza que teremos um ótimo jornalista no mercado. Nos encontramos pouco, mas é o tipo de amizade que ficamos tempos sem nos falarmos, mas quando há uma oportunidade, é como se estivéssemos retomando o assunto que foi interrompido no dia anterior.

O Júnior escreve no blog
Sanidade Mental, e lá fez também uma postagem sobre o PF, a qual já aproveito para agradecer.

Um grande abraço, Júnior!

Um verdadeiro amistoso

Escrevo esta postagem, principalmente, como uma maneira de prestar um serviço à memória do futebol, ao menos no que tange a internet, já que na época do ocorrido, as publicações bageenses não eram “upadas” para a rede. Então, a partir de agora, espero que quem procure pelo jogo abaixo relatado na internet, chegue pelo menos a este texto, que apesar das falhas da memória, já é alguma coisa.

O ano é 1994, e o local é o estádio da Pedra Moura.
Os dirigentes de Bagé e Guarany organizaram uma rodada dupla, na qual as equipes locais enfrentariam duas equipes de Montevidéu. Ao Guarany tocou enfrentar o Sud América, naranja, e o jogo de fundo seria Bagé x Miramar Misiones, la zebrita.

O primeiro jogo começou às 15h30min, e transcorreu dentro da normalidade. A partida entre Bagé e Miramar Misiones começou quando já caia a noite. Era uma noite muito fria, com o vento ajudando a aumentar o frio e uma garoa miúda de congelar ossos.
Neste cenário começou o prélio amistoso internacional.

O frio era tão intenso que desestimulou a torcida do Guarany a apoiar os adversários do Bagé e se retirou em sua maioria, numa atitude sensata.
Para quem não conhece a Pedra Moura e nem as rodadas duplas, uma breve explicação: em algumas situações, como nestes dois amistosos, ou quando Bagé e Guarany reformaram seus gramados, ocorreram a rodada dupla: o rival fazia a preliminar e o dono da casa fazia a partida de fundo. Neste tipo de rodada, quem era beneficiado também eram os times visitantes, que passavam a contar com inesperada e ardorosa torcida, ocasionando um verdadeiro Ba-Gua, ao menos nas arquibancadas.
Ocorre que na Pedra Moura, a torcida adversária fica na lateral oposta ao “pavilhão social”, sem nenhuma cobertura. E este pavilhão é a única área coberta do estádio.

Voltando ao jogo, começada a partida, eu e meu irmão (na época eu com 16 anos e ele com 11) estávamos no lugar que costumávamos assistir sempre os jogos: atrás da casamata adversária (hoje em dia não existem mais as casamatas, que foram destruídas na reforma de 2004, mas na foto abaixo vocês podem observar como era antigamente):

Neste local do estádio podíamos externar toda a nossa paixão jalde-negra, estranhamente contra os adversários que ficavam por ali, a poucos metros do primeiro degrau da arquibancada. Mas como contei no começo do texto, caía uma chuva miúda, que era quase neve, mas quando apertava virava chuva mesmo. Pensando nisto, “subimos” para o pavilhão, como a maioria que estava lá naquela noite.

O jogo ia bonito, apesar de ser um amistoso internacional, estava com toda a cara de Gauchão. O campo estava virado numa mangueira, e os jogadores não tratavam o jogo como amistoso. Muita correria, chegadas ríspidas, carrinhos e toda a sorte de golpes lícitos e ilícitos.

E a coisa ia assim, acirrando os ânimos, esquentando os torcedores naquele gelado inverno e tornando a partida uma decisão Rio Grande do Sul x Uruguai.

Até que lá pelas tantas, já no segundo round, uma falta para o Bagé, uns 35 metros da goleira, mas frontal.

Um jogador do Bagé, de apodo Capincho, pega a bola para cobrar a falta. Arruma o balão no chão, e se levanta, com aquele jeito de quem ainda vai decidir se cobra direto ou se cruza na área. Mas neste momento, dá de cara com um jogador do Misiones muito perto do rosto dele. Não trocam, aparentemente, uma palavra sequer. Encaram-se. O jalde-negro empurra o “zebrita” forte, na altura do pescoço, e o desequilibra, como que arrumando espaço para cobrar a falta. Na volta do “desequilíbrio”, o jogador do Misiones já vem com o punho na frente, desferindo um soco no atleta jalde-negro.

O jogador do Bagé devolve o cumprimento, mas por cordialidade, adiciona um pontapé lateral. Ato contínuo, o jogador do Miramar “se bota”, e os dois continuam nessa troca de socos e pontapés. Claro que escrever sobre isto é lento, mas na hora foi rápido, e no momento que começou a ‘’trocação’’, ambas as equipes correram em direção à pugna que ali se instalara. A partir daí, é difícil relatar com precisão, porque além dos anos para embaçar minha memória, criaram-se muitos os focos pelo campo...e aí a briga começou.

Nesta altura, eu e meu irmão, comodamente instalados nas cadeiras da Pedra Moura, nos sentimos como traidores, enquanto a peleia ia solta, nós ali, longe da casamata dos “visita”, sem nem ao menos xingar. A resolução foi rápida: vamos para a tela. Para isto pulamos o muro que faz a divisa das sociais com a arquibancada, que se encontrava quase vazia naquele local, e outros torcedores, empolgados com o nosso gesto (quero crer), fizeram o mesmo. A Brigada, que estava em pouco número junto à tela, se assustou com a movimentação repentina, e partiu pra cima de nós, subindo os degraus em direção à pequena turba (em número e idade) com cacetetes em punho e com a intenção clara de liquidar com o nosso “aguante”. De qualquer maneira, das humilhações a menor, não tivemos que pular de volta para as sociais fugindo, mas ficou claro que não poderíamos sequer tocar na tela do gramado.

Em campo, o que havia começado com apenas dois jogadores, agora envolvia os 22 atletas e mais as duas comissões técnicas. Lembro de pequenos grupos de jogadores brigando quase isoladamente, como por exemplo, dois atletas do Bagé, segurando e dando socos em dois jogadores do Miramar, colocando-os contra a tela (bem no trecho em que a Brigada não deixava a torcida chegar perto).

Para não me perder em pequenos relatos de tantas brigas que ocorreram naquela verdadeira luta campal, relato um fato curioso, mas que mostra bem o tamanho da briga, e provo que esta sim, pode ser chamada de generalizada.

Nesta época, o Bagé possuía um massagista que pesava muito além dos 100 quilos. Ele foi um dos que tornaram a labuta “generalizada”.
Quando vemos, adentra ao gramado, correndo em direção ao grande círculo, o massagista, numa corrida desajeitada por causa do peso e do barro.
O alvo: um jogador do Misiones, obviamente.
A arma: um soco poderoso, capaz de botar a dormir um javali.
O fail : o castelhano se esquivou e o massagista, desequilibrado, girou sobre o próprio eixo, uns 180º. A consagração: sem intenção, o massagista quando já estava de costas para o oponente, não sustentou mais o equilíbrio, e acabou caindo em cima do uruguayo. Festa nas arquibancadas: o jogador adversário estava espremido entre o generoso peso do massagista e o gramado embarrado e o principal,fora de combate.
Sinceramente não lembro em que altura conseguiram, os mais calmos dentro de campo e a brigada, acabar com a contenda. Mas acabou.

Outro fato engraçado foi que, ao acabar a briga, um dirigente do Bagé “invade” o túnel do Misiones, mas com a intenção de pedir desculpas pelo ocorrido. Já estava indo em direção a um dirigente, que não sabia do final da briga, e ouve do uruguaio: “Não me dê! Não me dê!”. Teve que explicar a razão da visita.

Já estava programado que ao final da partida, o Bagé ofereceria um jantar ao Miramar Misiones, na AABB de Bagé. E o jantar ocorreu, e por incrível que possa parecer, com a presença de vários jogadores e dirigentes jalde-negros.

Meu pai sempre havia falado, que nas andanças como técnico já tinha enfrentado algumas vezes uruguayos, e de um comportamento particular deles. E isto se comprovou neste jantar: a briga foi dentro do campo, e por mais violenta que tenha sido, no jantar todos riam e celebravam. O tema predominante, claro, foi a briga de mais cedo, cada um contando seu ponto de vista, no mais autêntico portunhol. Ali sim, foi onde ocorreu o amistoso.

Bem, eu não fui nesse jantar, soube disso por quem lá esteve. Saí da Pedra Moura direto para casa (morava cerca de oito quarteirões do estádio, bons tempos). Ligo a TV, Jornal Nacional* no final e qual minha surpresa: revejo o giro matador do massagista do Bagé, em cadeia nacional. Só o Bagé...

O resultado do jogo, realmente não lembro (não foi o mais importante), mas perguntarei pra outras pessoas e faço a edição aqui. Mas que foi um baita jogo, foi.

* Tentei, há dois anos atrás recuperar esta filmagem através de e-mails para a Globo. Não consegui, por enquanto.
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