Segunda Fase

E chegamos à Segunda Fase da Série B 2009. Diferentemente da primeira fase, agora as vagas para os quadrangulares das semi-finais são escassas, classificando-se os dois primeiros de cada grupo e mais os dois melhores terceiros colocados. Serão três grupos com seis equipes cada, caindo o critério regional, já que a composição dos grupos foi definida por critérios técnicos.

A Federação Gaúcha de Futebol tem o costume de seguir a numeração dos grupos de forma "cumulativa", ou seja, se na primeira fase tínhamos as chaves 1, 2 e 3, agora na segunda fase as chaves são 4, 5 e 6. Aviso para que alguém que não acompanha a Segundona mais de perto, acabe procurando inutilmente pelas chaves iniciais nesta fase.

Hexagonais da Segunda Fase

Chave 4


A chave 4 está formada com Bagé, Cruzeiro, Riograndense (SM), Rio Pardo, São Paulo e Três Passos. Com a credencial de boas campanhas na primeira fase, Bagé e Riograndense chegam forte neste grupo. O Cruzeiro, além de toda a tradição, começa a disputa com reforços importantes, como Gilian, que estreirá contra o Bagé. O São Paulo quase ficou de fora (apesar do 4º lugar na chave 1), obtendo a classificação na última rodada, corre por fora, mas se embalar pode repetir os bons públicos do ano passado no Aldo Dapuzzo, levando o time à classificação. O Rio Pardo, para um ano de estréia, fez uma boa campanha, chegando em 3º lugar no seu grupo e o TAC chegou em 5º, num grupo aparentemente difícil.

Chave 5


Formada por Cerâmica, Guarany, Lajeadense, Pelotas, Porto Alegre e Santo Ângelo.
Na chave 5 quem chega credenciado por uma ótima primeira fase é o Pelotas, que além disso vem se reforçando bastante, e hoje possui um ótimo elenco. O Porto Alegre chega como primeiro colocado de seu grupo na primeira fase, mas com pontuação menor que a do Pelotas. Do Guarany todos esperam uma segunda fase melhor que foi a primeira, já que recém agora os bons reforços já se encontram ambientados na equipe (entre eles Cássio e Alê Menezes). O Santo Ângelo classificou em 3º no seu grupo, mas o clube tem tradição recente de boas campanhas nas fases decisivas. Cerâmica fez uma campanha mediana (as expectativas eram maiores em virtude da campanha da Copa Lupi Martins do ano passado) e o Lajeadense, que antigamente sempre fazia bons times, entrou na última vaga de classificação.

Chave 6

Aimoré, Brasil (Fa), Flamengo, Glória, Panambi e Rio Grande formam a última chave. Na chave 6 quem chega com estampa de favorito é o Glória, melhor campanha entre todos os clubes da primeira fase, com 33 pontos e elenco numeroso e qualificado. O Aimoré também fez uma boa primeira fase, e chega para brigar por vaga, junto com o Brasil de Farroupilha que ultimamente tem sempre investido acima da média nos seus times. O vovô Rio Grande se reforçou, acabou como terceiro da chave 1, mas nos últimos jogos da primeira fase teve uma sequência de maus resultados, o último deles uma derrota exatamente para o Flamengo de Alegrete, que após empolgante início de campeonato, ficou com a última vaga da chave 1. O Panambi chegou com um honroso 4º lugar, vindo da chave do Glória.

Tabelas do 1º Turno:


Imagens das tabelas: site da Federação Gaúcha de Futebol

Jalde-negro é Campeão de Bagé

O jogo prometia e cumpriu. Era o quarto de uma série que começou lá em fevereiro. Dois deles seriam válidos simultaneamente pela Segundona gaúcha e citadino, como no caso de ontem. Nos jogos anteriores, dois empates e uma vitória do Bagé na Pedra Moura por 2 x 1. Portanto o Bagé jogava pelo empate para sair com o título da cidade.
O título de Bagé não era disputado desde os anos 70, o que dava um caráter mais especial à partida, e era um Ba-Gua (o 396) e tudo que o envolve.
Além do título, o Guarany buscava a reabilitação na Segundona, onde tem 10 pontos, e trouxe várias novidades, jogadores que disputaram a Série A este ano, como o goleiro Cássio e o atacante Alê Menezes, entre outros.

Antes mesmo do começo da partida uma boa notícia para o Bagé era transmitida pela Rádio Clube: teria que ser aberto um setor de arquibancada a mais para os jalde-negros, que esgotavam o espaço inicialmente dedicado para a torcida.


No primeiro tempo, mesmo que o empate já garantisse o título, o Bagé marcava forte a saída de bola, e dominava as ações ofensivas. Chegou a ter um gol mal anulado (segundo relatos), marcado por Dênio e uma bola que acabou no travessão.


Aos 36 minutos, em cobrança de falta ensaiada, o zagueiro Aguinaldo acerta uma bomba de fora da área, daquelas que não deixam dúvida que foi gol, para verdadeira loucura da torcida visitante.

Os jogadores comemoram junto aos torcedores, subindo no alambrado.

Na segunda etapa o domínio continuou sendo do Bagé, apesar do Guarany tentar equilibrar mais a partida, levando algum perigo em cobranças de escanteio. Mas o Bagé na maior parte do tempo mantinha a posse de bola, e evitando os perigos que o 0 x 1 pode oferecer.

A partir do momento que a torcida do Guarany começou a deixar o estádio (antes do final da partida), os jalde-negros começaram a puxar o tradicional "é campeão!", que seguiu sendo entoado mesmo depois do apito final.


Fim de jogo, começa a comemoração e uma rusga entre Aguinaldo e alguns (ou algum, não sei os detalhes nem os envolvidos, li a notícia no Jornal Minuano) do Guarany, mas que foi dispersada.
Festa dentro do Estrela D'alva, volta olímpica e taça entregue. O Bagé recupera a hegemonia na cidade e se torna o maior vencedor desta taça (até este citadino, os clubes estavam empatados em número de títulos).


Depois da partida os torcedores do Bagé partiram em direção ao centro da cidade, em carreata e lá na Avenida 7 de Setembro, comemoraram com "buzinaço" e músicas jalde-negras.
Espero que mantenham o citadino, não dá pra entender este intervalo tão grande que ocorreu em Bagé e em outras cidades do interior gaúcho. A cidade volta a se mobilizar pelo futebol local, e pela grande rivalidade, a festa é de título estadual e assim que tem que ser.
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Fotos*: mais uma vez colaboraram Fabiana Borges e Antônio João. Muito obrigado!
*A última desta postagem é de autoria de Bosco, do Jornal Minuano, de Bagé.
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