Ba-Gua novamente

A Zero Hora (jornal aqui do Rio Grande do Sul) tem sido generosa nestes dias com o puro futebol dos pampas (leia-se, interior gaúcho). Antes que me acusem de acompanhar "la buena onda", recordo aos leitores que este tema sempre foi recorrente aqui, desde o ano passado e em minha cabeça, desde a infância.

O legendário colunista Paulo Sant'ana esta semana, escreveu na sexta e no sábado sobre o Ba-Gua (clássico futebolero da cidade de Bagé, em que se enfrentam Bagé e Guarany).


A coluna da sexta-feira, tratava sobre cartazes sem muito sentido que Pablo lembrava, ou ainda que tivessem sentidos, sem perder o absurdo.


Claro que há um folclore em torno disso tudo (clássicos em Bagé), mas a mística se firmou em virtude dos confrontos.

Sant'ana conta pra vocês, muito melhor que eu:


"Voltando aos cartazes, o mais espetacular que esta coluna já catalogou em seus 35 anos de existência foi aquele achado nos bailes do interior de Bagé, onde mais tiroteiam do que dançam. Ao lado dos coretos dos músicos, há sempre um cartaz: "Favor não atirar nos músicos".


Diz-me também o Camelinho, um dos mais bem-humorados bageenses que vivem na Capital, que no Estrela Dalva, estádio do Guarany de Bagé, a polícia colocava o seguinte cartaz na entrada, em dia de clássico Ba-Gua: "As armas de fogo devem ser deixadas na entrada. As facas, facões e punhais podem ser portados dentro do estádio, desde que com discrição". Com essa medida, as mortes em estádios de futebol em Bagé se tornaram discretas ".


E Pablo relembrou de Bagé no dia seguinte, sábado, na Zero Hora:


"A gente brinca que Bagé foi uma cidade muito violenta, mas essa característica pertenceu a muitas cidades gaúchas no século passado. É verdade que, no futebol, nunca aconteceu o que houve na Pedra Moura, em outro clássico Ba-Gua: um goleiro do Bagé, depois de escaramuças sérias dentro da área, ficou estendido no chão com a bola agarrada junto do seu queixo. Diz ainda o Camelinho que o goleiro nunca mais se levantou da área pequena: jazeu ali com um tiro de revólver na nuca, arma disparada das arquibancadas.


Essa fama de violento do gaúcho vem desde as revoluções de 1893 e 1923, desde os lendários degoladores. E os bailes eram cenários de brigas e assassinatos, o que ainda acontece hoje, mesmo com menor freqüência. Outro evento que sempre acarretava mortes e feridos eram - e ainda o são por vezes - as corridas de cavalos em cancha reta".


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Publicado no Jornal Zero Hora em 02 e 03 de fevereiro de 2007.

Autor: Paulo Sant'ana.


A foto: ninguém deve ter entendido muito, mas esta é uma das fotos que abre na primeira página do Google Imagens, desde 1999, quando digito à procura de imagens do Clássico Ba-Gua.

É o "ba-gua", do tal Feng Shui, mas como está em amarelo e preto, cores do jalde-negro bageense, resolvi publicar aqui e talvez me livrar deste "karma" dos sites de busca.

2 comentários:

andre_vedder disse...

ola

Vejam e apoiem a nossa selecção hoje.
Visitem e confiram onde poderam ver a nossa selecção e os restantes jogos que se realizam hoje...
obrigado

www.futebolnatv.blogspot.com

Maurício Alejándro Kehrwald disse...

Bagé:eis um lugar que não conheço mas pretendo fazê-lo dentro em breve. Será enriquecedor.

Toda a vez em que entro aqui e deparo-me com causos do clássico Ba-Gua, lembro-me de Joca Martins interpretando J. C Braun em "O último Bochincho"

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